quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ÁGUA QUE CORRE


Corre a água por todos os lados... e  falta o sol e um pouco de calor!

E corre assim, com força, ruidosa, divertida... bem fria, sempre apressada, por entre as gargantas fundas da montanha... até chegar à planície, onde se espraia... ou a outro rio, onde se confunde... ou até ao mar, onde se perde, onde se salga...
 

(DO AUTOR - O RIO CELLA NO SEU CORRER)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

MAR MAJESTOSO


Continua o mau tempo, o vento forte, a chuva incessante, o mar possante, o frio desagradável...

Mas é no mar, nas suas ondas de majestade, de poder, de força, que se encontra uma das melhores expressões de beleza...

Uma beleza que assusta, mas atrai!

(DO AUTOR -  O MAR MAJESTOSO)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

LAMPREIA


Começou a época e já aconteceu a estreia...

Suculenta, cheia de sabor, macia, apetitosa...

A carne a desfazer-se em lascas, o molho feito do sangue suavemente acidulado com vinagre de vinho verde, um toque da malagueta e o arroz a empapar-se naquele caldo de deuses...

É assim que gosto da lampreia! A da Lena!   



(DO AUTOR - A LAMPREIA DE BELVER)


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

MISTÉRIO


Às vezes os dias são assim... de mistério!

Acordam cinzentos e cinzentos ficam... silenciosos, numa quietude intrigante, como se a vida se imobilizasse num denso de mistério...



(DO AUTOR - SENTINELA EM MARVÃO)


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

MAR FELINO


Depois de dias de intensa agitação, depois de momentos de susto, de angústia e de destruição o mar parece ter amansado... embora continue na sua agitação constante e mantenha o seu ar ameaçador.

É que o mar não se deixa domesticar!

É como o gato... vive connosco, faz-nos companhia, dá-nos momentos de prazer... mas só faz o que quer... umas vezes está manso como a manta que nos aconchega e aquece, quando estamos sentados no sofá junto à lareira... outras, está agitado mas brincalhão, como se andasse para trás e para diante atrás de uma imaginária bola colorida... mas também, de repente, inesperadamente, transforma-se em felino feroz e assassino que ruge com força, cresce ameaçador e leva tudo diante de si... morte, destruição, desgraça...


(DO AUTOR - O MAR AGITADO)


  


sábado, 18 de janeiro de 2014

PIPOCAS


Do meio do nada, de uma tarde escura e fria, veio um ruído fundo, cavo que se foi aproximando rápido...

Veio sob a forma de uma nuvem negra, que ao passar por cima do lugar, libertou milhões de bolas brancas que, ao saltitarem no chão duro dos degraus da escada, crepitavam e pipocavam como grãos de milho em máquina de fazer pipocas...
 
 
(DO AUTOR - SARAIVADA EM RITMO DE PIPOCA)
 
 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

VENDAVAL


Levava tudo pela frente...

As árvores bailavam, doidas, numa desarmonia alucinante...

A chuva despejava-se aos cântaros chicoteando cordas de água...

As folhas do chão e os ramos partidos voavam, loucos, diante do olhar...

E o vento, que não se via, fazia-se ouvir... assobiava, estalava, rugia... assustava...

Mas, no meio da turbulência, lá no longe, um arco-íris de esperança foi-se enchendo de cor e, pouco a pouco, foi amansando o vendaval...


(DO AUTOR - TARDE DE VENDAVAL COM ARCO-ÍRIS DE ESPERANÇA)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

CONTRASTE



Os campos, embora alagados da tanta chuva que por eles tem escorrido já estão verdes e bonitos... então, quando o escasso sol de Janeiro se deixa descobrir, o verde adquire um tom bem forte e parece ganhar vida...

E, querendo fazer contraste com esse verde forte e moço, o vermelho alaranjado destas inflorescências ajuda a dar cor e alegria ao inverno cinzento e triste que nos tem rodeado...

(DO AUTOR - O CONTRASTE DA COR)


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

MARÉ VAZIA


Ali, pela ria, estava tudo calmo!

As águas subiam e desciam, consoante as marés, naquele movimento manso, quase imperceptível...
Mas era certo e sabido que, quando àquela hora dia a maré se encontrava vazia, ela sempre aparecia.
Depois de um voo certo, bem impulsionado por aquelas asas largas e possantes, pousava elegantemente naquele lodo fresco, cheio de vida escondida que ela, com o seu olhar agudo e o bico bem apontado, ia descobrindo.

E, assim que a maré começava a encher, assim que as águas começavam a esconder aquele tapete vivo, levantava voo e rumava, como habitualmente, a caminho de casa! 



(DO AUTOR - O JANTAR DA GARÇA)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

PAPO CHEIO


Não precisou de sobrevoar a cidade à procura de comida nos caixotes do lixo...

Desta vez o mar foi generoso... depois da tempestade... das vagas assustadoramente grandes, dos estragos que fez por todo o lado... veio a calmaria e deixou-lhe ficar o peixe na margem.

Chamou-lhe um figo... e ficou de papo cheio!


(DO AUTOR - FAST FOOD)


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

PASSEIO MATINAL



O dia amanheceu cinzento mas cedo se arrependeu da monocromia e foi ganhando cores... 

Durante o seu passeio matinal, no bem preservado Jardim da Gulbenkian, foi apreciando essa mutação colorida... os verdes foram-se tornando mais moços, os vermelhos começaram a corar, os amarelos avivaram-se definitivamente... e os pássaros do habitat, os melros bem negros, o pisco de papo ruivo, os pardais da rua iam acordando para o dia desafiando quem passava com seus chilreares e voos errantes...

As águas corriam, sem pressas, de um lago para outro, os peixes vermelhos vinham à superfície cumprimentar o dia e os patos iniciavam o seu passeio sobre as águas...

O passeio matinal, desta vez, foi mais demorado... em cada recanto quedava-se a olhar, em cada volta descobria um motivo de encanto... uma flor violeta, outra bem amarela...

Para lá dos muros, a cidade ia-se enchendo de carros, de barulhos, de pressas... mas ali, quase isolado do mundo, ia gozando momentos de sossego, de paz, de tranquilidade... ao mesmo tempo que ia carregando as suas baterias daquela energia que a Natureza, tão generosamente, lhe oferecia... 



(DO AUTOR - PEDAÇO DE JARDIM)

domingo, 12 de janeiro de 2014

NÃO FORA O MAR



"Nunca o mar foi tão ávido
quanto a minha boca. Era eu
quem o bebia. Quando o mar
no horizonte desaparecia e a areia férvida
não tinha fim sob as passadas,
e o caos se harmonizava enfim
com a ordem, eu
havia convulsamente
e tão serena bebido o mar."

Fiama Hasse Pais Brandão, in "Três Rosotos - Ecos"

(DO AUTOR - O MAR ÁVIDO)



sábado, 11 de janeiro de 2014

MAR SALGADO


"... quanto do teu sal são lágrimas de Portugal...
...
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."

Fernando Pessoa, in Mensagem - Mar português.

Ultimamente, o nosso mar português, tem-se enchido, outra vez, do sal das lágrimas dos portugueses que têm chorado os seus que foram levados por ele... 

Tem andado alteroso, agressivo, aguerrido, dominador, invasivo, destruidor, mortífero...

Mas, ao mesmo tempo, não deixa de ser belo, magnífico, imponente, maravilhoso, ondulante...

(DO AUTOR - MAR PORTUGUÊS)




sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

BOLEIMA


É como se fosse uma espécie de bolo.

É feita com massa de pão, junta-se-lhe açúcar e canela, vai ao forno, estendida em tabuleiros, polvilha-se de açúcar mascavado e mais canela, e está feita! Há quem junte à massa rodelas de maçã, ou lhes ponha, por cima, pedacinhos de noz.
 
Corta-se em quadrados, depois de fria, e está pronta a comer!

É uma doçaria típica de Portalegre e parece ser de tradição judaica... pelo menos a massa não tem fermento, como o pão ázimo. Uma história a investigar!
 
Quanto ao sabor... excelente!

De comer e chorar por mais!

(COM A DEVIDA VÉNIA DO CANTINHO DA MARIA)




quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

FLOR


Admira, neste inverno agreste, encontrar uma flor assim... ainda se fosse primavera... mas não é!
 
A verdade é que o dia, hoje, esteve bastante primaveril, com sol e com algum calor a fazer esquecer a chuva constante e o vento forte...
 
E a flor não fez mais do que... sorrir ao dia!
 
(DO AUTOR - A FLOR A SORRIR AO DIA)
 
 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

OBRIGADO


A Câmara Municipal de Lisboa encontrou uma boa maneira para recordar e homenagear o Eusébio.

Uma fotografia sua, a preto e branco, no momento em que rematava para a baliza marcando, certamente, mais um dos seus magníficos golos...

Retiraram os anúncios dos "placards" e puseram o Eusébio e uma única palavra: OBRIGADO.

De todos nós...


(DO AUTOR - OBRIGADO EUSÉBIO!)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

ZANGADO


Não há dúvida que o tempo anda zangado... irritado, mesmo...

O vento sopra forte, por todos os lados, a chuva é copiosa e cai a rodos, o mar é o que se tem visto, com as ondas alterosas e devastadoras...

E as nuvens, lá no alto do céu escuro, amontoam-se em densos aglomerados prontos a libertarem toda a sua zanga concentrada...


(DO AUTOR - O CÉU ZANGADO)



segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

DIA DE REIS


Hoje foi um verdadeiro Dia de Reis...

Do Melchior, do Baltazar e do Gaspar... os Reis Magos que foram até junto do Menino Jesus levar-lhe as ofertas do ouro, do incenso e da mirra...

Do Mar forte e arrasador que hoje foi o Rei dos fenómenos naturais ao entrar por terra adentro, ao conquistar terrenos, a destruir tudo à sua frente, a dar um espectáculo assustador...

Do Rei Eusébio que, com a sua morte, deu a todos, ricos e pobres, importantes e simples, arrogantes e discretos uma lição única de popularidade e de consenso... 


(DO AUTOR - A COROA DO ESPÍRITO-SANTO. AÇORES)


domingo, 5 de janeiro de 2014

TEMPORAL


O tempo virou temporal... A chuva aumentou, o vento cresceu, o mar agigantou-se...

Sinais de um Inverno forte, castigador, inclemente... 

É a Natureza a dar sinais de si, a mostrar que, quando se irrita, tudo pode e tudo quer... e que não há tecnologia que nos livre dos seus azedumes...


(DO AUTOR - O MAR ZANGADO)


sábado, 4 de janeiro de 2014

FARTURA


Não há fome que não dê em fartura!

Já quase se adivinhava um tempo de seca e, eis senão quando, a chuva aparece forte, abundante, farta e grossa... a molhar tudo, o que deve e o que não deve... a afogar a terra acabada de semear, a empapar o chão, a enlamear os caminhos, a encher as ribeiras, a avolumar a corrente dos rios que se agigantam saindo das margens e alagando tudo ao seu redor... uma rotina, quase, para as gentes ribeirinhas...

Uma bênção para estes patos que, agora, de ribeira cheia, se deleitam com tanta água...

(DO AUTOR - DE RIBEIRA CHEIA)



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

NÃO CHORES... LUTA... SEGUE A DIANTE!


"Não chores pelo que perdeste, luta pelo que tens.

Não chores pelo que está morto, luta por aquilo que nasceu em ti.

Não chores por quem te abandonou, luta por quem está contigo.

Não chores por quem te odeia, luta por quem te quer.

Não chores pelo teu passado, luta pelo teu presente.

Não chores pelo teu sofrimento, luta pela tua felicidade.

Com as coisas que nos vão acontecendo vamos aprendendo que nada é impossível de solucionar, apenas siga a diante!"

Jorge Mário Bergoglio, Papa Francisco


(DA TELEVISÃO)



quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

PARA LÁ DO MURO


Será que vamos ver para lá do muro, da espessa parede de pedra que se vê ao fundo do corredor estreito e comprido?
 
Se eu soubesse...
 
Mas eu quero, desejo, ardentemente, um futuro de paz, um amanhã com sol, um dia a dia de esperança e não de desânimo, um viver com trabalho digno, um sorrir alegre e não amarelo...
 
Mesmo que, para isso, seja preciso caminhar, passar pelos apertos do corredor estreito, derrubar ou trepar o muro mas, sempre, sempre, prosseguir e lutar...
 
(DO AUTOR - A PAREDE AO FUNDO DO CORREDOR)
 
 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

ANO NOVO

O ano acordou assim, cinzento, escuro, chuvoso e triste...
 
Mas não faz mal! A chuva e o vento eram bem precisos! Já não havia chuva que se visse há uns bons meses e o ar andava inquinado, poluído, mal lavado... as ruas sujas, cheias de folhas não varridas, ou melhor, sopradas...
 
Agora, esta água que vem do céu vem com ar de quem vem lavar o Ano Novo... tirar as nódoas do velho, branquear o sarro impregnado... E o vento a ajudar a sacudir o pó entranhado...
 
E, como tristezas não pagam dívidas... nem outras coisas... que tal sorrir à Vida, ao Novo Ano, ao Futuro!?
 

(DO AUTOR - NO ACORDAR DE UM DIA CINZENTO)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O NATAL


Aconteceu!

Nasceu o Menino! Deus, que se quis fazer Homem, nasceu.

Reza a História, lê-se nos documentos da época, nos Livros Sagrados, que nasceu quase que clandestinamente, humildemente... numa gruta, para os lados de Belém... fez de berço uma mangedoura e o ambiente foi aquecido pelo bafo de uma vaca e de um burro... 

Simplesmente assim... sem árvores com luzes cintilantes, sem bolas de enfeites, sem Pai Natal, sem Renas, sem "jingle bells", sem neve...

(DO AUTOR - O PRESÉPIO)


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NATAL


O Natal é nascimento, é transformação do Deus Criador no Deus Homem, é a incarnação do espírito num corpo...
Mas agora, e cada vez mais, mais do que o nascimento, mais do que o Presépio, mais do que Maria e José, mais do que o Menino... o Natal tem mais a ver com festa, com cores, com luzes que apagam e acendem, com grinaldas, com bolas douradas, prateadas, vermelhas...

Como se o Natal se resumisse a uma "coroa de louros" feita de azevinho dourado e bolas cheias de luz que enchem o desejo das crianças e dos adultos e os vão afastando e esvaziando do verdadeiro "espírito de Natal"...

(DO AUTOR - O NATAL COMERCIAL)