quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O NATAL


Aconteceu!

Nasceu o Menino! Deus, que se quis fazer Homem, nasceu.

Reza a História, lê-se nos documentos da época, nos Livros Sagrados, que nasceu quase que clandestinamente, humildemente... numa gruta, para os lados de Belém... fez de berço uma mangedoura e o ambiente foi aquecido pelo bafo de uma vaca e de um burro... 

Simplesmente assim... sem árvores com luzes cintilantes, sem bolas de enfeites, sem Pai Natal, sem Renas, sem "jingle bells", sem neve...

(DO AUTOR - O PRESÉPIO)


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NATAL


O Natal é nascimento, é transformação do Deus Criador no Deus Homem, é a incarnação do espírito num corpo...
Mas agora, e cada vez mais, mais do que o nascimento, mais do que o Presépio, mais do que Maria e José, mais do que o Menino... o Natal tem mais a ver com festa, com cores, com luzes que apagam e acendem, com grinaldas, com bolas douradas, prateadas, vermelhas...

Como se o Natal se resumisse a uma "coroa de louros" feita de azevinho dourado e bolas cheias de luz que enchem o desejo das crianças e dos adultos e os vão afastando e esvaziando do verdadeiro "espírito de Natal"...

(DO AUTOR - O NATAL COMERCIAL)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

FIGO DA ÍNDIA


São suculentos, bem vermelhos e apetitosos... mas... é preciso ter cuidado!

Picam que se farta... uns picos finos, quase invisíveis, que fixam na pele das mãos e dos dedos, mesmo tocando levemente. Convém usar luvas!

Mas o fruto é bom... carnudo, suculento, saboroso... Por isso, merece ser comido!



(DO AUTOR - FIGOS DA ÍNDIA)

domingo, 22 de dezembro de 2013

O CASTELO DOS MOUROS


Sintra é sempre um encanto...

A Vila e o seu Palácio, o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros...

À noite, agora, o Castelo também fica iluminado... vê-se o recorte das muralhas cheias de luz... uma luz que quase fere a vista de tão branca que é...


(DO AUTOR - SINTRA AO CAIR DA NOITE)




sábado, 21 de dezembro de 2013

O NINHO


Não é o tempo delas... das andorinhas... mas, na verdade, no canto daquela parede branca faltava um ninho... 

Andorinhas já as havia, por lá, bem fixadas na parede, todas, num voo estático, a apontarem a direcção do canto onde faltava o ninho.

Agora já lá está... de louça, como as outras andorinhas da parede, e com três crias a espreitarem...

Fica ali bem, como se fosse uma espécie de presépio andorinho em época de Natal humano...


(DO AUTOR - AS ANDORINHAS E O NINHO) 


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

LUAR SERENO


Nasceu assim, por detrás do muro, das árvores e das nuvens... lá longe, por detrás dos montes que fazem a serra...
 
Nasceu tranquilo, com cores suaves e uma luz suave...
 
O dia tinha sido de raiva, com ventos, muita chuva e trovoadas... mas a noite foi acalmando com o luar a serená-la...
 

(DO AUTOR - O LUAR SERENO)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

SOMBRAS CRUZADAS



O Sol marcou o encontro àquela hora... 

E as sombras lá apareceram desenhando, no chão, riscos pretos, bem delineados... uns, em curva suave, outros, direitos, a traçarem rectas, outros, ainda, em ângulo aberto... como figuras de um livro de geometria descritiva... 

O assento da cadeira peneirou a sombra e permitiu o desenho de um círculo de centro mais esbatido...

E, à tal hora em que o Sol marcou o encontro, as tais sombras cruzadas desenharam, no chão, uma figura humana que, de braços bem abertos, parecia querer abraçar o Sol...  



(DO AUTOR - SOMBRAS CRUZADAS EM ANGRA HEROÍSMO)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

MANHÃ ROSA


Esta manhã acordou rosa...
 
De um rosa moço e fresco... balanceado entre o azul do céu, o amarelo doirado do sol a despontar e o escuro de nuvens de ameaça...
 
E, à medida que o sol se foi impondo o rosa foi-se esvanecendo... ficando a dominar um azul celeste, forte e determinado...
 


(DO AUTOR - MANHÃ ROSADA NA CIDADE DAS CORES)

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

JOANINHA PAI-NATAL


Esta não está a voar... nem vai para Lisboa...

Vai sim, placidamente, passeando por aí, encolhida de frio, mas de cor bem garrida e com as pintarolas bem desenhadas...

E porque vai bem vestida de  vermelho e traz uma barbela tão branca, como a neve, mais parece um Pai-Natal... 

Um Pai-Natal joaninho... pequenino, mas simpático... sem renas, porque já sabe voar, sem "wow" "wow" sonoros, porque sabe ser discreta,  e sem prendas porque lá, no reino dela, essas coisas materiais são absolutamente supérfluas...





(DO AUTOR - UMA JOANINHA, ALGURES, POR AÍ...)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

CEREJAS


Parecem... mas não são...
 
A verdade é que apetecem... aos cachos, comê-las... saboreá-las... a deixar que se desfaçam na boca e sentir o doce acre cheio de aroma...

Podiam ser cerejas... mas não são...

(DO AUTOR -  BAGAS VERMELHAS)

domingo, 15 de dezembro de 2013

A TORRE


A manhã convidava, a beira-mar apetecia, o rio apelava...

A Torre (de Belém) foi o culminar do chamamento...

E, ao longe, o Cristo-Rei abraçava a ideia...

(DO AUTOR -  A TORRE DE BELÉM EM DOCE MANHÃ DE FIM DE OUTONO)

sábado, 14 de dezembro de 2013

PRESÉPIO


Nestes tempos de rigor orçamental, de recato e de uma certa simplicidade resolvi que o meu Presépio deste Natal será simples, pequeno e singelamente naïf... como este que aqui mostro...
 
Mas isso não impede que o espírito de Natal, a disponibilidade e a entrega não sejam tão grandes como os desejos de Paz, Amor e Felicidade entre todos as pessoas de boa vontade...
 

(DO AUTOR - PRESÉPIO BRASILEIRO, DE SALVADOR - BAHÍA)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

FIM DE TARDE


O dia foi de chuva, nevoeiro, muita humidade e sombrio...

Mas o fim da tarde, saudoso de sol e de alguma luz, foi-se descobrindo, abandonando as nuvens e deixando que o rosa do ocaso tomasse conta do azul do céu...


(DO AUTOR - O CÉU ROSADO DO FIM DE TARDE)


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

LAREIRA


Sabe bem o seu calor, agora que os dias estão frios e as noites geladas...
 
A madeira de azinho e sobro, com o seu cheiro especial, enchem a casa de aromas quentes... a que se juntam os sons próprios da lareira: o crepitar das pinhas, o estalar da lenha, o chiar da panela de ferro...
 
E ali, sentado no sofá e envolto na manta de quadrados, vai bebericando o seu cálice de Porto embalado pelo piano de Keith Jarrett e o seu Concerto de Colónia... 


(DO AUTOR - A LAREIRA... A CREPITAR...)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

DEFINITIVO



Aquele olhar atento, fixo, determinado, não admitia dúvidas...
 
A aproximação foi-se fazendo de forma lenta, calculada, silenciosa, quase estática...
 
Agora, só faltava o salto definitivo... 



(DO AUTOR - ATENTA E PRONTA A DESFERIR O ATAQUE)


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

PRESÉPIO



Este está feito numa gruta de pedra natural, tem o musgo, tem terra, plantas e flores de verdade, ramos de árvores, um feixe de palha, as figuras tradicionais de barro policromado e está iluminado como se o fosse por raios de sol...

É grande, cheio de pormenores e de grande riqueza cromática... Ao mesmo tempo é de uma simplicidade quase infantil e de uma ternura avassaladora...

É o espírito do Natal!!!




(DO AUTOR - PRESÉPIO NOS PICOS DA EUROPA, EM TERRAS DE PELÁGIO - COVADONGA) 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

SILÊNCIOS


A cidade adormeceu... deixando as luzes acesas... como se tivesse medo da noite!

E, à medida que a noite acontecia, os silêncios foram-se instalando... suavemente... como a neblina furtiva que, sem ruído, cobriu a cidade...   




(DO AUTOR - CANGAS DE ONIS, NO SILÊNCIO DA NOITE)

domingo, 8 de dezembro de 2013

SEM NOME


Nasceu por ali... É uma gata... Tem o pelo listrado, como os tigres, e três colorações...

Filha de algum amor furtivo do Ouriço... 

Vem comer à gamela e prefere o leite e os pedaços de carne para gatos que vêm em latas, ao granulado duro e seco... Tal como o pai...

Tem um olhar vivo, mas desconfiado, interrogante...

Ainda não tem nome... Se fosse mais acastanhada, seria castanha, para fazer par com o ouriço... 

Por enquanto fica assim, sem nome. E também não precisa... ela sabe vir, bem depressa, ao cheiro da comida! 

(DO AUTOR - SEMPRE COM FOME)


sábado, 7 de dezembro de 2013

O MAR


Gosto de ver o mar assim, definido, forte, soberbo, pleno...

Um mar que se sente, um mar que enche, um mar que se respeita...

As ondas, fortes, amaciam-se nas arestas de espuma... e morrem ao beijar a praia de areia fina...

Lá no alto, as nuvens, enroladas e densas, deixam passar a luz que se reflecte na superfície das águas... dourando-a, matizando-a, dando-lhe contrastes, sombras e uma profundidade tridimensional...

É um mar que soa, que troa forte, como um trovão ribombante... um mar que cheira a sal e a maresia... um mar que impõe...

É assim que eu gosto do mar... 



(DO AUTOR - SÃO LOURENÇO)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

MANDELA - I AM THE MASTER OF MY FATE: I AM THE CAPTAIN OF MY SOUL


O poema chama-se INVICTUS. O autor é William Henley.

Este poema serviu de inspiração a Nelson Mandela, o grande líder sul-africano, que o tinha escrito num pedaço de papel na cela da prisão, em Robben Island, onde esteve encarcerado durante 27 anos.

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,                              

I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
É a minha homenagem a um homem de coragem!
(do Google Images)


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

FOLHAS DE OUTONO


Estas são bem castanhas... são as folhas do plátano, já bem secas, prontas a partir ao sabor dos ventos...

Os frutos, quais bolas peludas, vão ficando por ali, pendurados como as folhas, à espera que algum pássaro faminto os venha comer...


(DO AUTOR - AS FOLHAS E OS FRUTOS)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

VOO DE ENSAIO



Iniciavam a partida para o voo lá mais atrás...
 
Começavam com um bater de asas, quase frouxo, como se estivessem a aquecer os motores, depois. lentamente, ganhavam impulso, conjugavam o bater com passadas largas, ainda meio dentro de água, até que, finalmente, como se uma mola as disparasse, levantavam voo.
 
E, como se tivesse sido combinado,  levantavam na direcção da boia vermelha, quase rasavam o seu topo, davam uma volta larga pelo ar e regressavam ao ponto de partida, amarando.
 
Ali ficavam, numa fila quase indiana, a aguardar a sua vez de levantar de novo...
 
Repetidamente...
 
Como se estivessem a fazer voos de ensaio, num ganhar de experiência para os voos da vida... 




(DO AUTOR - ENSAIANDO A ROTA)

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O VERMELHO SANGUE



Começaram verdes... de um verde brilhante, lacado... Depois, amareleceram e, rapidamente, passaram para este vermelho sanguíneo que, com o correr do tempo e dos frios vai escurecendo até as folhas ficaram negras... como se uma cianose brutal as fosse invadindo...
Depois... lá irão caindo de secas, arrastadas pelos ventos e pelas chuvas, atapetando o chão...




(DO AUTOR - FOLHAS DE OUTONO)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O VERMELHO QUENTE


Neste Outono, agora frio, as árvores vão colorindo as suas folhas, antes de elas, irremediavelmente, caírem...
 
Estas, vermelhas... como se transportassem, dentro delas, o fogo, o calor capaz de aquecer, nesta época de Natal que se aproxima a correr, os corações, cada vez mais frios, dos homens...




(DO AUTOR -  FASCÍNIO EM TONS DE VERMELHO)

domingo, 1 de dezembro de 2013

DIA DA RESTAURAÇÃO


Estamos a precisar doutro... o de 1640 já foi há muito tempo.

Nessa altura os portugueses uniram-se e disseram BASTA!

É que, hoje, estamos quase na mesma: subjugados, descapitalizados, oprimidos, temerosos, sem esperança...

Quando será o novo primeiro de Dezembro?

(DO AUTOR - EM LISBOA EM MANHÃ DE DOMINGO, NÃO FERIADO)